“Nasci poeta”. Essa é a
autodefinição de Álvaro Elesbão. Ele vai buscar na inspiração de Álvaro de Campos, um dos
heterônomos de Fernando Pessoa, o mais forte argumento para essa conclusão.
“Era a leitura preferida de meu pai, que emprestou também o nome do poeta para
me batizar. Por isso “Álvaro”, conta ele. Mas foi na adolescência que Elesbão
começou definitivamente a se apaixonar pelas palavras, versos e universos que
traduzem a alma. “Sempre foi uma coisa mais espiritual para mim. É como se eu
captasse o pensamento dos poetas e traduzisse nas palavras. É quase uma
criptografia”, diz ele. No banco do ônibus, na espera da fila, Elesbão tira seu
bloco de notas – ou qualquer papel que traga no bolso – e “comete” mais um
verso, um soneto, uma idéia que vai ser lapidada carinhosamente mais tarde. E
vai anotando as poesias concluídas num grande livro, o livro que conta
praticamente toda sua história de poeta. “No começo escrevemos para nós mesmo. Mas com o passar do tempo, queremos
que as pessoas possam também compartilhar os sentimentos, os pensamentos que temos.
De certa forma, essas pessoas podem se identificar com essa ou aquela imagem”,
diz Elesbão.
Leitor de
Milan Kundera, Fernando Pessoa e Augusto dos Anjos, Elesbão dá asas à
imaginação para produzir sua poesia em todas as formas. “Sou basicamente um
romântico. Gosto de escrever sobre as coisas do coração. Os sentimentos meus e
do mundo. Escrevo o que dita minha alma e meu coração. E penso que minhas
palavras possam ajudar outras pessoas. É isso que espero de minha poesia”,
resume esse poeta, que continua produzindo e sonhando, como,
aliás, deve ser todos que trabalham com o cinzel lúdico da arte.
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